12 de ago. de 2009

Censura

Que José Sarney foi empurrado goela abaixo dos brasileiros (nem o General João Baptista de Oliveira Figueiredo, último Presidente do governo militar - 15.03.1979 até 15.03.1985 - o queria, recusando-se, inclusive, a entregar para José Sarney a faixa), não existe novidade.


Entretanto, para alguém que ocupou o cargo de Presidente da República quando foi elaborada a Constituição de 1988, o atual Presidente do Senado Federal superou-se.


Sem que a imprensa alardea-se, foi ajuizada ação visando proibir que o jornal O Estado de São Paulo veicule qualquer reportagem sobre as investigações da Polícia Federal, que envolvem o filho de José Sarney, senhor Fernando Sarney.


Em decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), proferida pelo Desembargador Dácio Vieira (íntimo da família Sarney), o pedido de Fernando Sarney (alguém duvida da influência de papai junto ao TJDF?) foi deferido.


Desde 30.07.2009 o jornal O Estado de São Paulo está proibido de divulgar informações referentes à Operação Faktor, conhecida como Boi Barrica, da Polícia Federal. Foi desta operação que surgiram as gravações telefônicas divulgadas por toda a imprensa, sobre algumas poucas (das muitas) maracutais em que está envolvido José Sarney.


Além de calar a imprensa, para que novas denúncias não apareçam, nos bastidores José Sarney comandou uma tropa de choque de senadores da situação (principalmente PT e PMDB - este último, não se sabe ainda a que preço), a fim de intimidar os senadores da oposição. Como os senadores oposicionistas não possuem currículo melhor que o de José Sarney (salvo raras exceções), tudo acabou em acordo.


A questão, agora, será resolvida exclusivamente pelo Coselho de Ética do Senado Federal, e a oposição deixará José Sarney conduzir os trabalhos da casa, em paz.


Como disse o Senador Cristovam Buarque - ao que parece um dos únicos que apresenta lisura de currículo: "O que me preocupa é que, diante da brutalidade, a paz é sinônimo de covardia."


Não se crê que seja aparência, caro Senador Cristovam.

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