26 de jul. de 2005

Compras

Já percebeu quanto é custoso comprar um livro novo e desconhecido pela internet?

Primeiro vem a dificuldade em saber algo importante sobre a obra. Isto porque somente algumas informações, que não são realmente necessárias, estão ali: editora, ano da publicação, número de folhas, ISBN e a foto da capa do livro (será que quem compra um livro apenas pela capa chega a lê-lo?). Tem algumas páginas eletrênicas que até apresentam uma breve e completamente inútil sinopse. Outras apresentam a opiniões dos leitores. E é incrível a quantidade de pessoas que dão a opinião (nem sempre aproveitável).

Raramente há índice da obra, coisa que seria interessante, principalmente tratando-se de livros técnicos. As lojas eletrônicas pretendem que o livro seja comprado, para somente depois ser realmente apresentado para o leitor. E não é difícil que o leitor fique decepcionado com sua escolha. Mas aí será tarde, porque a devolução é sempre difícil.

Depois vem a questão do preço. Normalmente o preço praticado pela loja eletrônica é o mesmo cobrado pelo livro na prateleira (quando a loja eletrônica possui local físico). Ou seja, não há desconto algum pelo fato de se deixar de utilizar as instalações do local, e de negociar diretamente com o computador, sem a necessidade de atendentes, caixas, zeladoras, checadores de cheques e cadastro, etc.

Pior: paga-se a postagem do livro, normalmente calculada em valor bem superior ao valor do correio (muito embora o livro seja enviado pelo correio). Pior ainda se o comprador for residente no interior. A postagem fica ainda mais cara.

Comprar um livro é bem diferente de comprar um CD. O CD oferece a opçõao de, através da página da loja, ser escutado. Ao menos algum trecho de cada uma de suas músicas. O livro não permite que sejam lidas suas partes. Raramente é possível ter acesso a introdução ou apresentação do livro. Compra-se apostando na sorte.

Não há divisão de prateleiras na loja eletrônica. É necessário conhecer o assunto pesquisado, ou então o autor. Não é possível, na página da loja, visitar os livros, e gostar de algum sem que se tenha planejado encontrá-lo. Quem compra pela página da loja deve saber o que quer, ou o que procura. E isto, definitivamente, tira a graça do ato de aquisição.

Afora isso, inexiste pronta entrega. Paga-se antes, para receber depois. Não dá para sair com o livro na sacola. Fica-se esperando o correio, e a boa vontade do empregado que irá postar o livro - mas somente depois da confirmação do pagamento.

E, incrivelmente, é sempre maior o némero de pessoas que compram livros em lojas eletrônicas. Ou sabem muito bem o que querem, ou não sabem nada.

13 de jul. de 2005

Atualização

Lamento informar. O blogue ficará sem atualização até sexta-feira próxima. O autor não consegue pensar em outra coisa, apenas na final da Taça Libertadores de América.

Entretanto, como a proposta do blogue não abrange comentários esportivos - deixe-se-os aos brilhantes jornalistas que engalfinham-se nas noites de domingo, discutindo se o Tião-Pé-de-Ferro fez ou não pênalti - o leitor pode esperar duas situações opostas.

Se o Clube Atlético Paranaense perder: um texto falando da miséria humana, ou da falta de vergonha da política nacional ou, ainda, de alguma outra previsão apocalíptica.

Se o Clube Atlético Paranaense ganhar: um texto falando sobre as sensações de amor e alegria, ou sobre como a popularidade do Presidente Luiz Inácio continua alta ou, ainda, sobre as maravilhas deste e de outros mundos.

Sem mais.

4 de jul. de 2005

Vergonha? É para quem tem.

Não queria mais escrever sobre política. Mas a fauna brasileira anda tão rica em bichos e suas artimanhas...

Finalmente descobriu-se que o publicitário pagava as contas do Partido dos Trabalhadores.

Pausa: já percebeu onde a sigla do Partido dos Trabalhadores cabe? Não? Cabe na corruPTão - com língua presa e tudo mais.

Volta da pausa, ou play, como queira. Pois bem, o PT faz um empréstimo. O publicitário assina como avalista, ao lado do presidente do PT e do tesoureiro do PT (que certamente seria o PC Farias, caso não tivesse "cometido suicídio"). Vencido o tempo do débito, o PT afirma que não possui fundos para realizar o pagamento (gastaram tudo em broches de estrelinha?!?). O publicitário, magnânimo, saca R$ 350.000,00 e paga a primeira parcela do empréstimo ao PT (afinal, é avalista). Nada de errado, segundo o presidente do PT, afinal, o cidadão assinou o aval.

Mas a empresa do avalista, como recompensa pela atitude filantrópica (?), é agraciada com alguns contratos de publicidade. Não publicidade do PT, mas para fazer publicidade do país onde reina o PT. Mais espantoso: os contratos de publicidade fazem aqueles mesmos R$ 350.000,00 parecer ninharia. Negócio da China, mas feito em terra brasilis.

Isto, é claro, sem falar em mensalão, em aumento de cargos de comissão para aumentar a arrecadação do PT, em Furnas, em correios e no Valdomiro Diniz.

E o que é pior. No Congresso Nacional ninguém demonstra vergonha. Ninguém ficou indignado por existir o mensalão e/ou o restante das maracutaias. Parece que o problema todo é que o homem que tem armário pugilista em casa abriu a boca. Ou seja, problema não é a maracutaia, mas sim a sociedade ser cientificada. Enquanto a coisa toda estava encoberta - ou sigilosa, como preferem os nobres parlamentares - tudo estava muito bem.

- Quero aprovada a MP que multiplica vergonhosamente a tributação da prestação de serviços.
- Então, meu amigo, de cá o meu.

E não se diga que o problema é só com o PT. A coisa é antiga.

- Descobriram a contagem de votos no painel eletrônico do senado!
- Deixe prá lá, meu rei. Eu renuncio. Eleição que vem tô de volta.

De fato, vergonha é para quem tem.

Por muito menos pintei a cara e fui para a rua pedir o fim da era collorida.

Por isso, tenho o dever de dizer: FORA LULA.