7 de ago. de 2009

Senado

Segundo notícia veiculada pela página eletrônica Última Instância, o Conselho Federal da OAB, através de seu Presidente Cezar Britto, opinou pela renúncia coletiva dos senadores. Todos os senadores. Uma posição tentadora, mas que, evidentemente, não irá gerar frutos.


Já faz mais de mês que o senador José Sarney, Presidente do Senado Federal, foi acusado de manter participação em uma série de falcatruas e maracutais. Ligadas ao próprio Senado Federal, ao Maranhão e a familiares.


A existência de acusações de tamanha gravidade faria qualquer homem honrado deixar o cargo de lado. Colocar-se à disposição para todas as investigações necessárias e, ainda, cooperar com as autoridades. José Sarney não fez nada disso. Ao contrário, valendo-se de sua biografia, ou seja, mais de quarenta anos de trocas de favores políticos (inclusive aqueles que lhe autorizaram concorrer à Vice-Presidência da República), arrebanhou diversos senadores de conduta ética e moral duvidosa, para dizer o menos, a fim de lhe defenderem.


Dentre os principais e mais ferrenhos defensores de José Sarney, encontra-se Renan Calheiros. O homem do dinheira da amante e dos bois do imposto de renda. Renan Calheiros já deveria, ele mesmo, ter entregue o cargo público que ocupa há muito tempo. Mas, apesar dos crimes que cometeu, afanando o dinheiro público, ainda entede-se moralmente legitimado a defender o safado amigo.


Não que a oposição, autora das denúncias, tenha representante com melhores predicados. Tasso Jereissati, tanto quanto José Sarney e Renan Calheiros, é também ele um antigo frenquentador de gabinetes, por assim dizer.


Nessa história toda, que ninguém ainda sabe como acabará, duas consequências são inevitáveis.


A primeira é que os cidadãos estão cientes de quem são, verdadeiramente, os senadores. O problema é que esta ciência não gera consequências. Cidadãos são poucos, e o restante, povo tão disposto a levar toda a vantagem possível, tal qual os senadores, é maioria.


A segunda consequência, que gera efeitos práticos nefastos ao País, é que a maioria dos senadores, se absolvido for José Sarney, estará eternamente submetida à vontade do Poder Executivo, vale dizer, de Lula e da corja do PT.


Perde o Senado Federal, enquanto instituição. E perde o Brasil.

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