10 de fev. de 2009

O Preço da Gasolina

Por diversas vezes a imprensa publicou que apesar do valor do barril despencar, passando de U$ 150,00, para U$ 50,00 (ou menos), a Petrobrás não reduz o preço da gasolina, e está lucrando com a situação.


Enganam-se. A culpa, evidentemente, não é da Petrobrás. Por determinação do Governo Federal, a gasolina vendida ao consumidor final é, em verdade, apenas 75% gasolina. Os outros 25% são álcool anidro. Assim, são necessários três litros de gasolina e um litro de álcool, para produção de quatro litros do combustível vendido na bomba, ao consumidor final. Este álcool, em média, representa 9% do preço do litro de gasolina, na bomba de combustível.


O álcool, logicamente, é obtido através da cana de açúcar. E qualquer um pode produzi-lo. Basta ter uma usina de álcool. Ou seja, o valor do álcool não tem absolutamente nada que ver com o valor do barril de petróleo.


Por outro lado, se a safra de cana for ruim, faltará matéria prima no mercado, aumentando a procura. E, com o aumento da procura, não é necessário ser economista para concluir que o preço ficará mais alto.


Foi o que aconteceu com a safra 2008/2009. A produção caiu. E o valor do produto subiu. Como subiu o valor do produto, a Petrobrás, obrigada a adquirir álcool para misturar com a gasolina, passou a pagar mais caro, tendo que subsidiar o álcool. Ou seja, provavelmente paga mais caro no álcool ao usineiro, do que revende ao consumidor. Em outras palavras, utiliza o lucro da gasolina para comprar álcool.



Tudo para seguir a regra legal que determina a realização da mistura. Esta lei veio para servir de incentivo à produção de combustível não derivado do petróleo. Tal qual ocorreu (depois) com o biodiesel, que se mistura no óledo diesel.


O que está a acontecer, pois, é que a Petrobrás obriga-se a pagar o preço exigido pelos usineiros, para poder continuar vendendo norlmalmente a gasolina, sem que venha a faltar o produto no mercado.


Culpa dos usineiros? Também não, pois os usineiros pagam o valor da cana aos produtores. Quem, então, é culpado? Ora, como sempre, o Governo Federal.


E o mais interessante é que, como de cada barril de petróleo dá para extrair sempre a mesma quantidade de gasolina, se sobra gasolina, ela é vendida para a Argentina, puríssima, e a preços mais baixos que aqueles praticados no mercado interno.


Como resolver? Simples, basta que, nestes períodos de falta de cana de açúcar, se autorize diminuir a quantidade de álcool por litro de gasolina. Assim, o carro estraga menos e paga-se menos na bomba. Sobrará álcool, e assim os preços da cana baixarão.


Simples assim. Mas o Governo Federal quer?

3 de fev. de 2009

Estradas e Pedágios

Não é incomum encontrar no noticiário afirmações de que, com os pedágios, houve diminuição dos acidentes de trânsito. Desconheço uma grande parte das rodovias onde é cobrado pedágio. Mas conheço um bocado delas.


O fato é que, em verdade, não são as vias mais, ou menos conservadas, a causa da diminuição ou aumento de acidentes de trânsito.


Além das barbeiragens dos motoristas, é fácil perceber um artifício - se assim se lhe pode chamar - utilizado pelas concessionárias de pedágio. Há uma flagrante diminuições dos locais, nas estradas, onde é pintada a faixa descontínua, ou pontilhada. É óbvio que, com menos locais de ultrapassagem, diminui o número de acidentes.


Mas isso não quer siginifcar, à toda evidência, que as estradas estão melhores conservadas, ou que a sinalização melhorou. Nem autoriza, obviamente, às concessionárias, afirmarem que estão agindo conforme contratado, ou seja, realizando a adequada manutenção da via.


A estatística - ciência dos governos - é feita para retratar números. Mas não lhes demonstra a causa , nem as consquências.