1 de dez. de 2005

Roda-Viva

Com o perdão de Chico Buarque, mas o título é apropriado, muito embora o texto nada tenha que ver com a música em si.

De assaltantes, pilantras, aproveitadores, ladrões, gatunos, pungistas, sonegadores, malandros, enganadores e desonestos em geral, a humanidade nunca pôde queixar-se de estar mal servida.

Desde o tempo dos faraós, e antes até, os homens roubam-se, furtam-se, enganam-se, aproveitam-se e ludibriam-se, numa constante troca ilícita de bens.

Assim ocorreu com ladrões que andavam a assaltar os jardins elevados da Babilônia, as pirâmides do Egito, os palácios de Roma, as assembléias da Grécia, e por aí afora.

Bastou à Europa içar âncara, baixar velas e desbravar novos mares, descobrindo novas terras, para surgir piratas. Bucaneiros, corsários e poltrões de todo gênero passaram a atacar os navios, carregados de mercadorias que, para lá e para cá andavam. Inclusive carregados de objetos que - novidade - eram furtivamente retirados dos índios (maias, incas e astecas), e levados à Europa.

Além disso, havia a escravidão onde alguns, menos afortunados, eram compelidos, pelo chicote, a trabalhar para outros, trocando o trabalho por comida e água, quado muito.

Finda a escravidão - ao menos a institucionalizada - criaram-se novas formas de aproveitar-se do trabalho alheio. Surgiram os mafiosos e traficantes, que, em troca de "proteção", angarivam fundos junto a comerciantes e trabalhadores.

Além disso, ainda de forma institucionalizada, até hoje o homem, através da guerra - motivada pelas mais esfarrapadas justificativas - mata, oprime, machuca e, principalmente, pilha, rouba e apodera-se do alheio.

E - mais interessante - quando um traficante é morto pela polícia, ou pelos rivais de tráfico, outro toma a dianteira na empreitada. Quando um capitão de corsários desagrada a tripulação, os demais amotinam-se, fazendo-o andar pela prancha, para alimentar tubarões.

Sempre que a bandidagem perde um líder, seja porque morreu sob fogo inimigo, seja porque desistiu ou, ainda, porque a própria bandidagem resolveu substituí-lo, não há o fim da bandidagem, pois outro assume o posto de comando.

Portanto, a pergunta que fica é: existe motivo para comemorar a cassação de José Dirceu?

2 comentários:

Anônimo disse...

Você tá falando do Dirceu da bengalada? Hahahahaha! Já tivemos a orelhada do Calls(nem lembro se se escreve assim mesmo), o ovo na cara do outro, o bolo na cara de mais um e eles não aprendem. Nem nós! Desde nunca. Queria saber quem ficou no lugar de Adão.
Mas o que interessa aqui é saber: como vai o dedão amassado?
Melhoras urgentes, viu?

Maranhão disse...

Clarice

É por isso que acho que no Brasil, existem carros queimados de menos (para sorte das seguradoras).

Quanto ao dedo, já está melhor. Pelo menos foi no verão, assim ninguém estranha o chinelo.

Abraço