22 de dez. de 2005

O Jogo

Não sou especialista em tratar de partidas de futebol. Deixo isto aos brilhantes comentaristas esportivos de mesas redondas. Aqueles mesmos que são capazes de passar horas discutindo relevantíssimos temas sociais: "teria o Roseclêison se jogado dentro da área, naquele lance da partida entre Barra do Garça e Juvinóplis? Foi penâlti? Ou não?"

Mas é preciso tratar do jogo ocorrido no último domingo, dia 18/12/2005. Dia em que os torcedores do SPFC ganharam o presente de Natal, uma semana mais cedo.

Não sou torcedor do São Paulo. Mas nem por isso deixei de gostar da vitória, conquistada frente os súditos da Rainha. Vez que outra é bom ver os ingleses derrotados. E o desejo só aumenta, quando se começa a lembrar de todos os abusos cometidos contra o Reino de Portugal, na época em que o Brasil tinha o status político de colônia (não que hoje seja outro - afinal, aí está a economia para demonstrá-lo...).

Séculos passaram-se, e a Inglaterra cometeu abusos de toda sorte contra Portugal e, via indireta, contra o Brasil. Basta lembrar o absurdo acordo de comércio do vinho e do algodão (favor ninguém comentar sobre o intelecto dos portuguêses que assinaram o tratado de bom grado). Depois, os mesmos absurdos passaram a ser praticados contra o Brasil, como no caso do café, dos juros abusivos em relação à dívida externa, da venda da Independência, e tantos outros que aí estão, maculando nossa história.

Por isso, gostei de ver o desespero final daqueles que, com empáfia, e até mesmo arrogância, julgaram-se melhores. Gostei de ver o árbitro mexicano, também pertencente àquele lugar que chamam terceiro mundo, anular três gols. Que anulasse dez, vinte. Ainda assim seria maravilhoso - como foi - observar a tristeza estampada no rosto dos reds, pois com eles chorou sua nação. A queda, afinal, é sempre mais dolorida, quando é inesperada.

Mais importante, a derrota veio sem guerra e sem mortes. E isso faz do futebol algo admirável. Capaz de parar milhões de pessoas, ainda que por poucas horas, e de fazê-las esquecer as dificuldades da vida. E neste negócio, mesmo sendo terceiro mundo, somos os melhores.

P.S.1. É óbvio que era torcedor do Corinthians, o invasor do campo.

P.S.2. O São Paulo contabiliza mais um título mundial, mas não se esquecerá que teve medo de jogar no Joaquim Américo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pensando por esse lado, até que o SPFC merece, além de ser um time brasileiro.
Mas lembrando que o mesmo tirou meu time da final da Libertadores, que podia estar lá no lugar dele :( já não sei o que é bom...

Bom Natal para quem passar por aqui!
Para você também Atleticano lindo! Bjs

Anônimo disse...

Assisti com meu filho e torci pelo time, por ser brasileiro, mas foi um joguinho mixuruca demais! Nem consegui ficar assistindo o segundo tempoo, de tão ruim. Não despreze meu comentário, não, que eu até já apitei futebol de salão nos tempos de professora (rs).
Foi bom baixar a arrogância dos lordes, mas os dois times jogaram mal prá c.... Diga aí um time que tenha chutado mais de 15 escanteios sem marcar um golzinho? E ganhar só por 1 gol foi fraco demais.
Beijão e bom Natal!

Anônimo disse...

Onde vocês dois se esconderam, hein? Férias? Ctba?