20 de jan. de 2006

Ao Vivo

O primeiro texto de 2006 não tratará de política. Não se tome, o texto abaixo, como promessa de abandono das notícias do Distrito Federal. Foi escrito apenas porque é interessante.

Sexo é, sem dúvida, uma das atividades mais prazerosas da vida. Muito embora alguns discordem, é impossível negar que esta é a opinião corrente de, pelo menos oito décimos da humanidade.

A atividade desenvolvida tem sido praticada ao longo de toda a existência da humanidade. Arrisca-se dizer que tem sido praticada com afinco e dedicação, a considerar que os números populacionais aumentam, ano a ano.

Entretanto, algumas pessoas levam a atividade a extremos não tão corriqueiros, para a maioria das pessoas.

Enquanto a maioria prefere sexo entre quatro paredes, ora na penumbra, para esconder alguns ângulos que se pretende fazer não notados, ora no claro, para que se encontre locais de difícil acesso, alguns arriscam o sexo em público.

Não que se trate de algo comum. Nunca flagrei um casal em pleno ato, num elevador, num banheiro de local com acesso ao público, numa escada de incêndio ou mesmo dentro de um carro.

Mesmo o sexo em público aparenta ter restrições. Exceção feita a filmes pronográficos, haja vista que o texto presente trata de pessoas comuns, não de atores, é possível perceber que não há prática de sexo em público em locais muito frequentadados. Mesmo quem pratica a modalidade, escolhe locais calmos e desertos de pessoas.

Também devem existir restrições sonoras. O sexo em público não permite gemidos e gritos altos. Não deve permitir palavrões ou conversas picantes. A não ser sussurros no ouvido do (a) parceiro (a).

Certamente o sexo em público também não permite que se chegue ao nú completo. Alguns botões e zíperes abertos e roupas íntimas (se usadas) esticadas são o máximo que se permite.

Além disso, por certo não há tempo para grandes performances, escolha de posições do kama-sutra e local confortável. Os praticantes devem adaptar-se às condições que o local escolhido oferece. Ninguém praticará sexo no espinheiro ou atrás de uma moita de urtiga, sobre um portão com pontas afiadas, sobre o fogão acesso ou deitado próximo a um formigueiro. O resultado disso é sexo sem resultado, ou satisfação, ou orgasmo, escolha cada um o termo que lhe apetece, que não se está a tratar de qualidade, mas de modalidade.

Fica, portanto, a pergunta: se não há tempo e conforto; se não é possível a nudez; se é necessário muito silêncio; e se é necessáio contorcionismo, qual é a vantagem de praticar sexo em local público?

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