27 de out. de 2005

Foco

Aí a notícia trazida pelo uol: motorista atropela 36 crianças para deviar de gato.

Aconteceu no Japão. O cidadão dirigia seu veículo pela rua e, ao avistar um lindo gatinho, jogou o carro na calçada, atropelando crianças de uma creche. As crianças faziam fila, para ir a um museu.

A segurança de um gato posta acima da segurança de crianças. Será que o motorista era louco? Não me parece que seja esta, a melhor pergunta a se formular.

Acontece que, dia após dia, cada um dos membros da civilização é bombardeado por toda espécie de informação. E a maioria desta informação vulgariza e sataniza o ser humano. Mostra a pior versão possível do homo sapiens.

Tudo o que se vê na televisão, em revistas, em placas comerciais, em panfletos, e tudo que se escuta em rádio, tende à vulgarização do ser humano.

Prega-se comportamento elitista, excludente e racista (este último de forma velada e "politicamente correta"); agressividade no convívio; disputa no trabalho; banalização do sexo; violência sem causa. Isto, não se pode negar, é o que retrata a humanidade. Retrato cego, para dizer o menos.

Ninguém mais retrata a carametade da humanidade. O lado bom e solidário; amoroso (não romanceado, por favor); assistencial e preocupado (em atitude sincera) com o próximo.

O retrato do que é bom deixa-se aos animais. Criança deixou de ser algo "bonitinho", para tornar-se público consumidor. Quem pretende retratar algo meigo, mostra uma fêmea qualquer, com seus filhotes. Quem quer retratar algo solidário, mostra um passarinho nas costas de um rinoceronte. Quem pretende mostar companheirismo, mostra um bando de gonfinhos. Por aí vai.

Não é sem razão que a morte de frangos, por conta da gripe asiática, tenha gerado protestos, como mostra a figura ali debaixo.

Não causa espanto que o cidadão tenha tido dó do gatinho. E que tenha jogado o carro sobre crianças. Afinal, vale sacrificar a integridade do carro pelo gato, que é bom. O que é ruim, este pode morrer.

O foco anda meio desajustado.



Foco

Aí a notícia trazida pelo uol: motorista atropela 36 crianças para deviar de gato.

Aconteceu no Japão. O cidadão dirigia seu veículo pela rua e, ao avistar um lindo gatinho, jogou o carro na calçada, atropelando crianças de uma creche. As crianças faziam fila, para ir a um museu.

A segurança de um gato posta acima da segurança de crianças. Será que o motorista era louco? Não me parece que seja esta, a melhor pergunta a se formular.

Acontece que, dia após dia, cada um dos membros da civilização é bombardeado por toda espécie de informação. E a maioria desta informação vulgariza e sataniza o ser humano. Mostra a pior versão possível do homo sapiens.

Tudo o que se vê na televisão, em revistas, em placas comerciais, em panfletos, e tudo que se escuta em rádio, tende à vulgarização do ser humano.

Prega-se comportamento elitista, excludente e racista (este último de forma velada e "politicamente correta"); agressividade no convívio; disputa no trabalho; banalização do sexo; violência sem causa. Isto, não se pode negar, é o que retrata a humanidade. Retrato cego.

Ninguém mais retrata a carametade da humanidade. O lado bom e solidário; amoroso (não romanceado, por favor); assistencial e preocupado (em atitude sincera) com o próximo.

O retrato do que é bom deixa-se aos animais. Criança deixou de ser algo "bonitinho", para tornar-se público consumidor. Quem pretende retratar algo meigo, mostra uma fêmea qualquer, com seus filhotes. Quem quer retratar algo solidário, mostra um passarinho nas costas de um rinoceronte. Quem pretende mostar companheirismo, mostra um bando de gonfinhos. Por aí vai.

Não é sem razão que o morte de frangos, por conta da gripe asiática, tenha gerado protestos, como mostra a figura ali debaixo.

Não causa espanto que o cidadão tenha tido dó do gatinho. E que tenha jogado o carro sobre crianças. Afinal, vale sacrificar a integridade do carro pelo gato, que é bom. O que é ruim, este pode morrer.

O foco anda meio desajustado.




24 de out. de 2005

Acabou

Finalmente o resultado do referendo sobre a probição do comércio de armas.

De todos os brasileiros que não se abstiveram de cumprir o dever cívico de votar, 63,94% disseram não; os que disseram sim, foram 36,06%; além destes, houve 1,39% de votos brancos e 1,68% de votos nulos.

Portanto, continua permitido o comércio de armas de fogo, e munição, no Brasil. Continua permitido, dentro dos limites do estatuto do desarmamento, o que é algo bem restrito.

Mais que um simples voto de não, este referendo demonstra vários outros aspectos do que pensa a população.

Primeiro, a população não confia na segurança pública, enquanto política adotada pelo governos, seja na esfera federal, na estadual ou municipal.

Segundo, a população não confia na polícia, seja civil ou militar, seja municipal.

Terceiro, a população está mais instruída, e já não admite que lhe sejam retirados direitos, sem que haja uma contrapartida compensatória.

Quarto, a população acredita na própria população. Votar não, neste sentido, é dar um voto de fé a cada cidadão com o qual se cruza na rua. É acreditar que este cidadão não estará portando armas, nem estará pronto a cometer um roubo, um homicídio, ou algo que o valha. É acreditar que aqueles que possuem armas, as deixarão em casa, para a proteção própria, da família e do patrimônio.

Quinto, presente está a crença de que o direito à vida está assegurado a todos. Desde que este direito não ameace a vida de outrem. Pois entre a vida do bandido e a sua própria, a população optou pela própria vida.

Mas, mais que tudo isso, este referendo demonstou o total, absoluto e incorrigível despreparo do atual governo. Baseado em estatísticas pouco convincentes e muitísssimo recentes, o governo atirou à população a decisão sobre sua própria segurança, num legítimo lavar as mãos. Não houve, antes do referendo, estudo aprofundado sobre a necessidade do referendo. Não houve uma real conscientização da população, sobre as políticas de segurança pública, e sobre o papel da polícia e do estado.

Prova disso é que a turma do não ganhou, apresentando os argumentos que mais facilmente poderiam ser derrubados pela turma do sim. E a turma do sim não consegiu fazê-lo.

Espero somente que, por conta do elevado número de mortes no trânsito, o governo não pretenda, em futuro próximo, estabelecer referendo sobre a proibição do comércio de veículos.

20 de out. de 2005

Pela comercialização de armas VII

Acabar com as armas para prevenir mortes acidentais siginifica combater uma - e apenas uma - conseqüência do problema. Significa deixar de lado a causa.

É entre os pobres, afirmam os defensores do sim, que acontecem acidentes e mortes motivadas por causas "fúteis" (desde já pergunto: fúteis para quem?). Entre os pobres o marido ciumento mata a mulher; entre os pobres dois bêbados exaltados atiram um no outro; entre os pobres os familiares matam-se por míseros trocados.

Então, certamente a causa de tudo isso é a arma de fogo, não a pobreza. Afinal, se o pobre não puder defender a si mesmo e a sua família, irá contratar uma empresa particular de segurança, não é mesmo?!?

Assim, ao invés de combater a pobreza, o mais correto é desarmar a população, gastanto milhões - dos quais o País não pode dispor - num referendo absurdo.

É a mesma coisa que acabar com jogos de futebol, pela morte de três torcedores.




Charge do Custódio.

18 de out. de 2005

Pela comercialização de armas VI

A pergunta do dia: e nos casos da favela, quando a polícia não sobe o morro? Quem vai defender o favelado?

A proibição do comércio de armas irá favorecer os pobres? Como, se estes só são atendidos pela polícia quando são presos!?!

Proibição ao comércio de armas favorece quem pode comprar segurança. A população em geral estará, ainda mais, vulnerável à bandidagem.

E ainda tem um texto do Polzonoff.




Charge do Sinovaldo.

17 de out. de 2005

Pela comercialização de armas V

Afirmam alguns que o grande problema das armas não é a invasão de residências; que o bandido arromba a residência do cidadão, quando este não se encontra.

Afirmam que o problema são os crimes de roubo, assalto à mão armada no meio da rua.


A estes, pergunta-se: teriam os senhores coragem de enfrentar um bandido, armado com uma faca, um punhal, um estilete, ou mesmo um simples canivete?





Charge do Jorge Braga.

13 de out. de 2005

Pela comercialização de armas IV

Pergunto-me quantos deputados, senadores, prefeitos, etc., possuem empresas de segurança particular. Pergunto-me também quantas licitações serão burladas e fraudadas, para contratação de empresas de segurança particular.

Afinal, se o governo não confia na polícia, a ponto de colocar segurança particular para cuidar da CEF e do Banco do Brasil, por que o cidadão deve confiar?





Charge do Iotti.

9 de out. de 2005

Não!

Este texto faz parte do ótimo projeto de blogagem coletiva Nós na Rede.


Alguém, antes deste referendo, cogitva proibir o comércio de armas?

Esta é a primeira pergunta que se deve enfrentar. A proibição do comércio de armas nunca foi discutido com a sociedade antes. Note-se - e se alerta desde já, para que não hajam acusações de má-fé - o assunto é a proibição do comércio de armas, não a restrição à posse ou porte.

A restrição à posse ou ao porte de armas sempre foi tema objeto de debate. Discussão presente no cotidiano, desde os meios acadêmicos, passando pelo meio político, para chegar aos programas sensacionalistas. Todos dão seu pitaco sobre o tema. Basta alguém famoso ser vítima de assalto ou homicídio, e lá estão Ratinhos, Márcias, Hebes e tantos outros mostrando indignação e clamando justiça.

Aliás, neste mesmo espaço já mencionei que a formação intelectual do brasileiro, como regra, passa necessariamente pela audiência a tais formadores de opinião. E aí já viu...

A proibição do comércio de armas é debate novo. No Brasil nunca houve, ao menos em tempos de lembrança possível, séria e difundida discussão desta natureza. O tema, portanto, choca, gera desconfiança e divide opiniões.

Mas nem por isso deve-se deixar de discutir. Afinal, dentro em pouco, cada eleitor brasileiro deverá dirigir-se até a respectiva zona eleitoral, sacar o título do bolso e apertar o botão, para depositar seu voto eletrônico.

Ao debate, então.

Pelo sim; pelo não; nunca se viu tantas estatísticas. A se pautar pela novidade da discussão, de se perguntar: serão honestas e verdadeiras? Quer parecer que não.

A manipulação dos números sempre foi algo perigoso na mão de especialistas de marketing. Neste referendo a coisa não é diferente. Pausa: alguém sabe quanto isto está custando aos cofres públicos? Será que Marcos Valério e a SMP&B participaram da licitação para organizar as campanhas? E o Duda Mendonça, seria a favor da descriminalização da briga de galo?

Voltando às estatísticas. Desconfie de qualquer texto que lide com estatísticas. Nenhuma é séria, simplesmente porque é impossível, em tão pouco tempo, elaborar estatísticas e pesquisas de opinião popular, que valham queimar as pestanas por elas. A turma leva-se pela emoção do momento, e tal qual torcida organizada, sai gritando: SIM! SIM! SIM! Ou NÃO! NÃO! NÃO! E quando a massa de manobra política - leia-se a turba, o povão - entra em campanha, está perdido qualquer foco de razão.

Aqui, caro leitor, não se encontrará nenhuma menção à estatística de qualquer espécie.

Desde logo deve-se deixar claro que o texto é pró-não. E vão aí os porquês.

O grande motivo pelo não desarmamento é bem conhecido. Os bandidos de verdade, os meliantes, os fora-da-lei, os caras maus enfim, não vão entregar suas armas. Sapientes de que a população está desarmada, os bandidos agirão com mais liberdade, e o crime graçará, ainda mais.

Não haverá mais a dúvida: "será que ao entrar nesta ou naquela casa, poderei me deparar com um cidadão armado"? Com a proibição, o cidadão terá que enfrentar o bandido de faca em punho. E aí, quem tem coragem?

Desarmar a população exige comprometimento com a segurança pública. E o governo, de um modo geral, não demonstra nem um pouco este comprometimento. Com também não se vislumbra nenhuma vontade de passar a demonstrá-lo. Outra pausa: como é que o poder público vai demonstrar comprometimento com o combate ao crime, se os maiores criminosos fazem parte do poder público? Ou alguém conhece algum assaltante de banco, ou mesmo chefão do narcotráfego da favela, que conseguiu tanto lucro quanto a quadrilha de Zé Dirceu, Kid Delúbio, M. V., Bob Jeff e companhia? Para estes, quanto pior a polícia, melhor.

Outro argumento bem conhecido é o da preservação do direito a autodefesa. Mesmo que o Brasil tivesse a polícia mais eficiente do mundo, ainda assim o cidadão tem direito a autodefesa. Se um bandido invade a casa do cidadão - ou tenta invadir -, no mais das vezes sequer há tempo de telefonar para a polícia. Recorre-se à autodefesa que, inclusive, é causa de exclusão do crime. Certamente o leitor sabe que a legítima defesa, inclusive quando causa a morte do ofensor, não é punida.

Agora, o principal arumento, quer parecer, não é nenhum dos dois acima. É argumento ainda não explorado pela turma do NÃO. Ocorre que a turma do SIM anda espalhando por aí, que a continuidade da venda de armas irá gerar aumento da criminalidade, aumento de homicídios e que ninguém mais poderá sair na rua, pois será constante o risco de uma bala perdida. Fazem parecer que, a ser preservado o comércio de armas, instaurar-se-á guerra civil.

Querem enganar a quem?!? O atual estatuto do desarmamento fixou regras tão rígidas para a aquisição de arma de fogo, que raramente alguém consegue comprá-la. Além disso, o preço para manter a arma também é alto. E o registro deve ser renovado a cada triênio. Não é qualquer um que irá comprar arma de fogo. A princípio, quem necessita e tem disponibilidade financeira poderá adquirir arma de fogo. Assim, é possível caminhar tranqüilo pela rua, sem risco de levar uma bala na testa.

Além disso, há um outro argumento muito interessante: a arma não dispara sozinha. Sempre haverá alguém para puxar o gatilho.

Então, qual a justificativa para gastar dinheiro público com esta campanha, ao invés de gastar em educação para o povo?

Pela comercialização de armas III

Alguém imagina que o marido ciumento, ou o cidadão que briga no bar, deixarão de matar o desafeto, simplesmente por não possuir arma de fogo?

Alguém imagina que os crimes de furto de veículos, arrombamento de casas e lojas, tráfego de drogas, vandalismo e tantos outros irão acabar, simplesmente pelo fato de os criminosos não possuírem arma de fogo?

Alguém imagina que os rachas com veículos irão acabar, simplesmente por que os motoristas não possuirão armas de fogo?




Charge do Rico.

6 de out. de 2005

Pela comercialização de armas II

A primeira pergunta a ser feita é: alguém dava importância ao comércio legal de armas, antes desta história de consulta popular?



Charge do Iotti.

4 de out. de 2005

Pela comercialização de armas I

Hoje se dará início à campanha pela continuidade do comércio de armas no Brasil.

Afinal, se você não é bandido, não precisa de um AR 15. E, se você é bandido, não vai querer um .38 merreca.




Charge do Laínson.