2 de ago. de 2005

Reality Show

Tinha programado escrever um conto hoje. Nem que fosse pequeno. Mas queria que fosse um conto. Não uma parábola com significado, ou então uma opinião pessoal. Mas então ocorreu o seguinte. Abri a Folha de São Paulo e estava lá, estampado: outro superávit, agora no mês de julho.

Fiquei então, pensando em tudo o que anda acontecendo na cidade construída por Juscelino para esconder os políticos safados, que cheguei n'uma conclusão. Quem precisa de governantes como os nossos?

Que difereça fez (ou fará) FHC ser sociólogo, lecionando em Paris, ou Lula ser membro das mais baixas camadas proteletárias? Respondo. Absolutamente nenhuma. O Brasil continua, em absoluto, na mesmíssima situação. A inadimplência no comércio é grande. Os juros são altos. Os bancos obtêm lucros astronômicos (aliás, estou pensando seriamente em anunciar nos classificados que aceito emprego de banqueiro). E a pobreza graça livremente em meio ao povo. Me pergunto: preciso deste tipo de governante?

Reclamações à parte, voltemos ao superávit. Superávit da balança fiscal significa que o Brasil exportou mais que importou, durante o mês de julho. Significa, também, que o Brasil continua enviando matéria-prima para os países desenvolvidos. Mas a situação brasileira está tão ruim que agora, sequer há dinheiro para adquirir o "produto manufaturado" de outrora, e atual "produto industrializado".

Ou seja, continuamos colônia. Se não de Portugal, de outros. Estados Unidos, Alemanha, Itália, Japão, China, ou qualquer outro país que possua um governo minimamente preocupado com o próprio país. Que resolveu permitir a criação de indústrias, para agregar valor aos produtos que importa. Para dar emprego ao povo. Para aumentar a circulação de dinheiro dentro do país.

Ante esta situação, que já dura quinhentos anos, na esteira de Israel, proponho a construção de um muro alto, com cerca eletrificada e permanentemente vigiado. Um muro em forma de avião. Para ficar ao redor de Brasília, com todos os políticos lá. E com a proibição de qualquer vôo entrando ou saíndo do local.

Tal qual ocorreu no romance de Saramago, seria enviado alimento. Também seriam enviados outros itens básicos de sobrevivêcia (Land Rover não entra na lista). E, bondosamente, também seriam enviados alguns milhões de reais, em espécie. Preferentemente em notas de R$ 1,00. E então ficaríamos assistindo todas aquelas notas mudando de mão. Mediante maracutaias, falcactruas, negociatas e trapaças.

Seria o melhro big brother já produzido.

3 comentários:

Anônimo disse...

Obrigada pela visita. Como eu escrevi por lá, nem é tanto pela cor da calcinha, mas pelo que falta no topo. ;}

Anônimo disse...

Como que ela sabe que você é atleticano??? Depois eu que fujo da realidade....

Maranhão disse...

Ângela - escondida entre os anônimos - esqueceu dos links ao lado do texto?

E do outro texto, publicado antes da final da Libertadores?