20 de jan. de 2010

Consumismo

Seria o consumismo uma preocupação legítima e moral? Benjamin R. Barber (Consumido. trad. Bruno Casotti. Rio de Janeiro: Record, 2009, p. 14) escreveu:


"Quanto devemos preocupar-nos? Numa época em que o terrorismo espreita o planeta, em que o medo do 'jihad' se espalha tanto quanto a violação das liberdades gerada por esse medo, em que a AIDS e tsunamis e guerras e genocídios põem a democracia em risco tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento, pode parecer frivolidade preocupar-se com os perigos do hiperconsumo. Quando crianças pobres no mundo em desenvolvimento estão sendo exploradas, submetidas a fome, prostituídas e obrigadas a realizar serviços militares, a preocupação de que os jovens prósperos do mundo desenvolvido possam estar se tornando consumidores rapidamente demais, ou de que os consumidores adultos estejam se estupidificando muito facilmente, pode parecer de âmbito restrito, e até mesmo solipsista."


As comparações podem, em princípio, conduzir a uma resposta negativa. Talvez até mesmo a um mal estar. Entretanto, penso que a resposta deve ser a de considerar o consumismo um problema. Um sério problema.


Não só pelo fato de infantilizar jovens e adultos. Isso se trata de uma consequência do consumismo. O que preocupa é o sistema que sustenta o mercado de consumo. Esse sistema, através de exploração de recursos e mão-de-obra de países menos desenvolvidos, gera desigualdade social, desloca populações inteiras dos locais onde viveram por gerações. Gera poluição.


As consequências do consumismo não atingem apenas aos consumidores, mas o planeta todo. Por isso, se trata de um problema sério a ser estudado, entendido e corrigido.


Se o planeta puder esperar...

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